Rodrygo, finalmente, se impôs como um dos mais importantes jogadores da Seleção. E detalhou publicamente o motivo de não conseguir atuar bem constantemente na Seleção. Desabafou também não estar entre os 30 candidatos à Bola de Ouro.
Só 23 anos.
E ter nas costas as sombras de Mbappé e Neymar é algo surreal.
Exige sacrifícios táticos, como jogar onde sabe não render seu máximo.
E, mesmo assim, se destacar tanto quanto a camisa do Real Madrid quanto da Seleção é algo impressionante.
Mas que Rodrygo fazia questão de disfarçar.
Não querer levar a público.
Só que ele cansou.
E vieram os justos desabafos.
Contidos por muito tempo.
Porque quem é próximo de Rodrygo sabe de sua personalidade forte.
Mas ele percebeu que evitar se posicionar só estava atrapalhando sua caminhada.
Como na Seleção Brasileira.
A postura dos treinadores que têm grande dificuldade em determinar qual a sua função.
Ser ‘coringa’, atuar em várias posições, só faz o seu futebol ser inconstante.
“Sou consciente que às vezes me atrapalha (fazer todas as funções).
“Muitas vezes vou só preenchendo os espaços.
“Faltou alguém ali? Põe o Rodrygo.
“Faltou alguém na direita? Vai o Rodrygo.
“Faltou alguém de nove? Vai o Rodrygo.
“Isso pode me atrapalhar um pouco, mas sou um jogador de grupo, penso na minha equipe.
“Onde precisar, eu vou estar.
“Mas acho que, com as minhas qualidades, gosto de flutuar pelo meio.”
Jamais ele havia dito claramente o quanto se sente incomodado com o improviso.
Os treinadores da Seleção fazem essa busca porque seguem com a mesma filosofia.
Principalmente Fernando Diniz e Dorival Júnior.
Reservar o lugar no meio para Neymar.
Rodrygo sabe muito bem que o seu ‘problema’ é esse.
Onde mais rende é onde os técnicos querem Neymar, sonhando com o jogador de dez anos atrás. Não o que estava jogando mal, em 2023.
Aproveitando que decidiu se posicionar, o valioso jogador do Real Madrid cobrou não estar entre os 30 melhores, os que disputam a Bola de Ouro, da revista France Football.
“Eu fiquei chateado. Acho que pela temporada que eu fiz, eu merecia estar entre os 30, fiz por merecer. Não é desmerecendo ninguém também, todo mundo que está lá fez um ótimo trabalho. Mas acho que eu merecia estar lá.”
O jogador foi também direto em relação à desilusão que a Seleção atual provoca.
“Acho que o povo, querendo ou não, está um pouco mal-acostumado com as nossas gerações passadas que sempre ganhavam, sempre encantavam e a gente está tentando reconquistar isso. É normal, o torcedor brasileiro sempre vai querer que a seleção vença os jogos por 5 a 0, sempre vai querer que a gente domine o jogo inteiro. Às vezes é difícil isso acontecer, mas é o que a gente está tentando.”
Rodrygo fez uma rodada de exclusivas, prática comum na Europa.
Falou a setoristas da Seleção, da ESPN, do GE.
Daí as respostas bem mais sinceras e profundas do que nas coletivas.
E mostrou o quanto as cobranças injustas o incomodam.
Principalmente por atuar fora de sua posição.
Ele sabe o quanto está perdendo por isso.
A imprensa espanhola, que já o dava como vendido, desde a chegada de Mbappé, foi surpreendida.
O técnico Carlo Ancelotti pediu para o presidente do Real, Florentino Pérez, não o negociar.
Frustrando Liverpool e PSG, principais interessados.
E que considerava Rodrygo fundamental ao elenco.
É o 12º atleta do Real.
Rodrygo vive um momento importante.
Mas muito delicado na carreira.
E mostra estar desgastado com tanta pressão.
Daí os desabafos…
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