Uma pesquisa apresentada na Academia Americana de Neurologia em Seattle, nos Estados Unidos, mostrou que o aumento do uso das redes sociais durante a pandemia de Covid-19 pode ter relação com o aumento de tiques involuntários em crianças.
Os tiques podem ser espasmos, movimentos ou sons repentinos que as pessoas fazem de maneira involuntária, como se não pudessem controlar o corpo. O estudo acompanhou 20 pacientes entre 11 e 21 anos e cerca de 90% deles relatou o surgimento de tiques, bem como relataram o aumento do uso das redes sociais.
No entanto, a principal autora do estudo, Jessica Frey, afirmou que a descoberta ainda é preliminar e que uma pesquisa mais abrangente está avaliando pacientes com tiques. A pesquisadora ainda esclareceu que a frequência de tiques não muda com uso das mídias sociais, mas que o tempo gasto com as plataformas possui relação com o surgimento de eventos mais graves.
“Durante a pandemia de COVID-19, o consumo de mídia social aumentou muito, principalmente na população adolescente. Em paralelo com o aumento do consumo de mídia social, também houve um aumento na gravidade dos tiques e distúrbios explosivos de tiques”, explicou.
Mais da metade dos voluntários ouvidos disseram usar as redes sociais entre quatro ou cinco vezes por dia, uma média de 5,6 horas diárias e, cerca de 85% dos ouvidos relataram que o comportamento de tiques aumentou desde o início da pandemia. De todos, 50% disse que o uso das redes sociais agravava a natureza de seus tiques.
Naomi Lubarr, professora clínica assistente em neurologia e pediatria no Hospital Mount Sinai, em Nova York, não participou do estudo e relata que o aumento do uso das redes sociais, na verdade, pode ter apenas sobreposto outros problemas de saúde mental dos jovens que foram ocasionados pela pandemia.
Por: Olhardigital