Subiu para 29 o número de pessoas atendidas no Hospital de Trauma de Campina Grande, entre a sexta-feira (8) e esta quarta-feira (13), relatando que foram feridas com agulhadas durante o São João 2018 de Campina Grande. Pelo menos 28 vítimas foram feridas dentro do Parque do Povo e uma no bloco “Namoradrilha”. De acordo com a infectologista Priscila de Sá, as vítimas contaram que sentiram as furadas e, logo depois, foram ao hospital em busca de ajuda.
Até o início da manhã da segunda-feira (11), o Hospital de Trauma já havia registrado cinco casos. Outras duas pessoas que viram os casos sendo relatados na imprensa também procuraram atendimento durante a tarde. Na noite de segunda-feira, mais sete pessoas homens procuraram o hospital relatando o mesmo caso. Mais vítimas foram ao Trauma na manhã nesta terça-feira.
De acordo com o setor de acolhimento do hospital, na madrugada desta quarta-feira, mais cinco pessoas pediram atendimento no Trauma. Uma delas chegou às 4h e informou ter sido ferida durante o show do cantor Luan Santana, no Parque do Povo.
Segundo o diretor geral do Hospital de Trauma de Campina Grande, Geraldo Medeiros, além das 23 vítimas que relatam que foram feridas no Parque do Povo, uma outra afirmou ter sido perfurada em um bloco de rua.
Mulher detida com agulhas no Parque do Povo
Uma mulher foi detida com agulhas na noite desta terça-feira (12), no Parque do Povo, em Campina Grande. De acordo com a Polícia Civil, a mulher não tem ligação com as vítimas que têm procurado o Hospital de Trauma nos últimos dias. Ele prestou depoimento e foi liberada, depois de informar que estava com as seringas porque trabalha com a aplicação de piercing.
Atendimento médico para feridos por agulhada
A médica do Hospital de Trauma informou que, após o atendimento, a equipe de saúde confirmou que havia marcas de agulhadas no corpo das vítimas, mas que ainda não há como saber se as seringas estavam com alguma contaminação ou não.
O procedimento feito no hospital, segundo Priscila de Sá, foi registrar um protocolo de acidente por agulha possivelmente contaminada e fornecer aos pacientes a medicação necessária para evitar infecção pelo vírus HIV.
O que dizem os responsáveis pela segurança do São João
O secretário de Segurança e Defesa Social da Paraíba, Cláudio Lima, afirmou que pretende juntar esforços para poder garantir a segurança da população, procurar as falhas e buscar reparar para desenvolver um melhor trabalho preventivo.
De acordo com o capitão da Polícia Militar, Jhonata Yassaki, as denúncias estão sendo apuradas. Ele destacou que as ocorrências não foram notificadas na Polícia Militar, pois as vítimas foram em busca de atendimento médico imediato. Desde as primeiras horas da manhã de segunda-feira, as imagens das câmeras de segurança do Parque do Povo estão sendo analisadas. A PM também destacou que a biometria facial anunciada pela empresa organizadora não está sendo feita.
“As informações que tivemos foi através da imprensa e do Hospital de Trauma, porque as vítimas buscaram de imediato o atendimento de saúde preventivo. Pegamos algumas características com as vítimas e estamos analisando as câmeras de segurança. E o comando também pediu o reforço nos procedimentos de segurança”, disse ele.
Já a empresa Aliança, que faz a organização do evento, divulgou uma nota na tarde de segunda-feira, informando que estava trabalhando em conjunto com a Polícia Militar para investigar os casos. A nota ainda diz que nos postos de atendimento do Parque do Povo, apenas uma ocorrência foi registrada.
Sobre a biometria facial, a assessoria de imprensa da Aliança informou que os equipamentos foram garantidos, mas ainda precisam ser instalados nas entradas do Parque do Povo. Apesar disso, até a tarde desta segunda-feira não foi anunciado um prazo para a instalação.
Além disso, as vítimas também foram encaminhados para o setor responsável pela medicação contra infecção do vírus hepatite B.
Para realização de exames (testes rápidos), quem precisar de atendimento pode procurar o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), no Centro de Saúde Francisco Pinto, localizado na Rua Venâncio Neiva, Centro de Campina Grande.
No Serviço de Assistência Especializada (SAE), o paciente pode receber acompanhamento com médicos e equipe multiprofissional e receber a medicacação necessária. O SAE fica na Rua Siqueira Campos, 658, no bairro da Prata.
Em João Pessoa, as vítimas devem procurar o Hospital Clementino Fraga, referência no atendimento, localizado na Rua Esther Borges Bastos, no bairro de Jaguaribe.
Mais informações podem ser obtidas nos telefones (83) 3310-7069 (CTA) ou (83) 3322-3272 (SAE).
Por: /g1.globo.com